sábado, 4 de junho de 2011

O frio entrava-te pelo decote e nem o casaco cor de mel que usavas o conseguia impedir. Mesmo com os botões todos abetuados havia uma fenda e um decote que o casaco não tapava. Pegavas na chávena com a mão esquerda e a direita ficava intacta, pousada na mesa de vidro. Um gole, dois goles e nem o leite quente te abrandava os calafrios. Eles perguntavam-te se estava tudo bem e tu dizias que sim, num gesto de não querer incomodar, mesmo quando até os teus pelos se arrepiavam e os teus olhos se contorciam. Fixei-te. Não tinhas o cabelo loiro nem olhos azuis, mas eras muito bonita. E quando te levantas-te e caminhas-te até à saída apaixonei-me por ti. Não sei se foi a maneira de como te levantas-te da cadeira e disses-te que já era tarde, ou se foram os teus passos tão delicados , ou mesmo a maneira como tocas-te na maçaneta da porta e disses-te ''até amanha''.

domingo, 29 de maio de 2011

raramente chego a tanger com presságios. sou criatura de enlaços com certezas.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

terça-feira, 3 de maio de 2011

tu sabes que não gosto de mentir

sabes quando  digo que raramente nos imagino a comer gelado de morango? tu com os teus ray ban pretos e eu de lacinho na cabeça? eu minto.
de 3 géneros literários a minha vida é o lírico; o épico. a falha épica. já não sei quem sou. o que sou.
não vou deixar que me descartes outra vez. para ti as pessoas são descartáveis e só aparecem na tua vida por uma estação. seduzes, usas e partes. não as deixas, só partes. mas quando voltas já não as queres da mesma maneira. não sentes fragmentos de culpa? fazes de mim boneca de trapos e eu deixo. talvez a culpa seja minha. talvez só me falte a vontade. a vontade de ir para nunca mais saberes para onde voltar.